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Foto do escritorAline Albuquerque

Um paraíso chamado Bled!

Quando falamos de mochilão na Europa, é provável que a maioria das pessoas não cogite ir para Slovênia, não é?


Comigo não foi diferente, mal me lembrava desse pequeno país, e quando ouvi falar pela primeira vez, confesso que precisei procurar no mapa para saber onde era.. haha

Lake Bled - Igreja da Assunção

Porém, além de me surpreender positivamente, esse pequeno país se tornou o meu xodó.

Dizem que todos nós, temos uma conexão surreal com algum lugar. E nunca, nem nos meus mais loucos sonhos, imaginei que eu amaria tanto um lugarzinho no interior da Slovênia. Estava em um mochilão pela Europa, em setembro/outubro de 2018, e apesar de ter um roteiro pré-estabelecido, eu sempre pesquisava os países/cidades mais acessíveis a partir do local onde eu estava. Verificava clima, eventos na cidade e etc.


Assim, lá estava eu em Veneza, Itália, e na pesquisa sobre o próximo destino, lembrei de uma pequena cidade que uma amigo me disse uma vez, a pequena Bled (291 km de Veneza, Itália, aproximadamente 3h30 de viagem).

Conferindo as opções de locomoção achei uma excelente opção pelo Flixbus. Comprei um pacote por 99 euros, no qual eu tinha direito a fazer 5 trechos dentro da Europa, independente do horário ou valor do trecho em questão, legal né? (através deste link)

A viagem foi bem tranquila, o bus estava praticamente vazio. Dormi a viagem toda.

Cheguei em Bled, já era mais de 00h, e estação ficava bem perto do meu hostel.

A cidade é tão pequena, que a recepção dos 3 hosteis da cidade é no mesmo lugar .. hahaha

Subindo a rua da estação, já ouvia muita música e via muitos jovens em frente a recepção do hostel. O clima era bem animado, e os recepcionistas eram muito solícitos.

Reservei o hostel, através do site Hostelworld, chamado Ace of Spades Hostel, peguei um quarto misto com 6 beliches (nunca tive problemas com esse tipo de acomodação). Paguei 13.32 euros por noite.

O hostel estava praticamente lotado, gente do mundo todo, e conheci uma brasileira que estava fazendo worldpacker no hostel (trabalho em troca de acomodação e comida).

A cozinha era quase intransitável, haha, sempre cheia.

Isso porque já era começo do inverno, e o local é muito mais movimentado no verão.


O recepscionista do Hostel me deu muitas dicas de atividades, tanto na cidade quanto, nos arredores de Bled. Se você gosta de trilha, cavernas, lagos, muito verde e esportes radicais, você vai amar Bled.

Ponto turístico onde turistas fazem filas para tirar fotos - a maioria casais! haha

Mas vamos falar de Bled, primeiro dia lá, acordei, olhei pela janela, e estava um dia lindo, céu azul e um sol de estralar. Porém, quando sai, estava muito frio. Foi literalmente um choque para mim, já que um dia antes em Veneza, onde estava 15 graus a mais. Tirei meu moletom da mala, minha touca e parti bater perna pela cidade. A cidade é realmente minúscula, o lago de Bled, fica a apenas 500 metros do hostel, no caminho até o lago passei na frente de um igreja muito fofa, aquelas de filme, sabe?

Quando cheguei no Lake Bled (Lago Bled), eu travei. Com certeza é o lugar mais lindo que os meus olhos viram, até agora. Para qualquer lado que eu olhava, era maravilhoso. De um lado uma montanha coberta de arvores com um castelo lá no topo. Do outro lado, montanhas escuras com neve nos cumes, olhando para o outro lado uma montanha de grama verdinha com um teleférico. Tudo isso em torno de um lago lindíssimo, de aguas azuis transparentes.




Lá no meio do lago tem uma igreja, que hoje funciona como museu. Eu fiquei por vários minutos, sentada na beirada do lago, só observando aquilo tudo. O que era para ser uma voltinha, tomou toda a minha manhã. Para todos os lados tem trilhas. Todas sinalizadas por grau de dificuldade e periculosidade. Optei por uma trilha mais fácil, já que não estava com sapatos apropriados, um dia antes havia chovido, e um guia local me disse que era aconselhável pegar uma trilha mais tranquila.





Vista do topo de uma das trilhas de Bled

Mas não sei se estava muito sedentária, ou se aquele fácil era muito difícil para mim, hahaha.. mas a trilha era bem íngreme, levei aproximadamente 1h30 para chegar no topo. Mas valeu a pena cada segundo. Alguns trechos tinham escadas e cordas de apoio. A vista era incrível, a cada trecho percorrido, uma nova paisagem podia ser vista. Quando cheguei no topo, tinha um banco, no qual sentei e fiquei la por um bom tempo, observando e descansando, e sim, chorei olhando aquele lugar incrível, sentindo aquele vento delicioso, e agradecendo imensamente a Deus e ao universo pela oportunidade estar vivendo aquilo.

Não sei dizer quanto tempo fiquei ali, só observando. Mas sempre que me lembro daquele momento, sinto uma paz inexplicável. Foi uma conexão que não sei descrever.


Idrija žlikrofi - prato típico da região

Depois desse momento ímpar, desci e corri procurar um lugar para almoçar. Como sempre, pedi um prato típico e uma cerveja local, tradição né?! O prato era um tipo de ensopado de carne de carneiros com ravioli recheado com legumes, chamado Idrija žlikrofi, o tempero era ótimo, e a cerveja se chamava Jezernik.

A sobremesa foi uma torta chamada Kremšnita, bem popular na Slovênia, Croácia e Áustria, é muito doce, parece uma torta de sorvete de creme, gostei, porém não consegui comer inteira, porque era realmente doce demais. Gastei algo em torno de 20 euros pelo almoço. Relativamente barato, considerando que é um ponto turístico.


Kremšnita - sobremesa típica da região

Após o almoço, retornei para o hostel, pois estava realmente cansada após andar 11 km.

Aproveitei para lavar minhas roupas (já estava viajando há 15 dias). Bem perto do hostel, tinha uma lavanderia. Paguei 1.50 euros para lavar e 1.50 euros para secar, eu tinha na mala pedrinhas de sabão, dessas que colocamos na máquina, e um casal de idosos, muito simpático, me ensinou a usar as máquinas (como comprar as fichas e etc) e ainda me deram dois saches de amaciante. Hahaha.. o processo de lavar e secar durou em torno de 3 horas, aproveitei o intervalo para ir no mercado e comer.

Tudo muito barato, e achei muitos doces parecidos com os que comemos no Brasil (teta de nega, moranguete, com outros nomes, óbvio, mas com o mesmo sabor). Roupas lavadas, compra feita, banho tomado. E Lá fui ver o lago a noite. E sim, é tão magicamente lindo quanto de dia. Apaixonada.


Eu planejei ficar apenas dois dias em Bled, mas decidi ficar pelo menos mais um dia. Estava planejando conhecer algumas cavernas, porém choveu durante a noite e esfriou ainda mais. Então decidi ficar em Bled mesmo.

Aproveitei o dia seguinte para dormir um pouco mais, pois estava muito cansada após quase 20 dias de mochilão.


DICA: sempre reserve pelo menos meio dia, um dia seria o ideal, para descansar, lavar as roupas, organizar as malas, reserve esse momento para cada 7 dias de viagem, é super necessário para conseguir aproveitar bem a viagem.


Queria ter ido até a igreja no centro do lago, que hoje funciona como museu, porém estava ventando muito, os kayaks não poderiam ser usados, mas tinham excursões por 25 euros, em barcos de 30 pessoas. Do lado da estação de onibus tem o centro turististico da cidade, onde é possível se informar sobre valores e atividades da região, inclusive excursões diárias guiadas.




Eu preferi ir até o teleférico - Straza Bled, e não me arrependo. Paguei 8 euros para subir de teleférico e descer em um carrinho toboggan. A vista é linda, tanto na subida de teleférico, quanto na descida de carrinho. Paguei 8 euros, crianças pagam 5 euros , e tem alguns pacotes especiais para famílias também. Peguei o final da temporada de Verão (entre 15 de junho e setembro), paguei mais caro do que pagaria no inverno. Mas ainda assim achei barato, pois vale muito a pena.

Vista do ponto de partida do Toboggan

Andando pela cidade, passei por um ginásio de esportes e vi o treino de hockey no gelo de um time local. O treino é aberto, então para quem gosta ou tem curiosidade, vale a pena perguntar para algum local sobre os eventos no ginásio.

Fiquei 3 dias em Bled, e gostaria de ter ficado mais, para ir até a igreja (Church of The Assumption) no centro do lago e subir no castelo (não fui porque choveu e minhas pernas estavam no limite do cansaço também..rs)


Como eu disse, havia muito mais coisas que eu gostaria de ter feito. Principalmente nos arredores de Bled. Essa região da Slovênia é repleta de lagos, montanhas, trilhas e parques de esportes radicais. Pretendo voltar para a Slovênia no verão. Dizem que é incrível. Apesar que no inverno também deve ser sensacional. O lago fica congelado e as pessoas patinam nele.

Gastei aproximadamente 150 euros, hostel, alimentação, mercado, lavanderia e toboggan, em três dias na cidade. Um valor médio bem interessante.

Tive problemas com bed bugs no hostel (percevejos, bem comum em países frios e úmidos, especialmente em hosteis e hotéis). Algumas pessoas são alérgicas as picadas, outras não, e eu sou uma contemplada.. hahaha.. já havia passado por isso na Irlanda, então soube identificar imediatamente as marcas e tomei antialérgico.

Conversei com o recepcionista do hostel, e o mesmo devolveu o dinheiro da última noite no hostel e se ofereceu para pagar os remédios. Não considero isso uma reclamação, já que bed bugs podem ser levados por viajantes através das malas e das roupas. Difícil saber se é um problema cotidiano no hostel.


DICA: leve remédios básicos no mochilão, para dores musculares, dor de cabeça, antigripal, antialérgico e etc.


Se você nunca pensou em conhecer a Slovênia, #ficadica!

Além de ser um país lindo, os moradores falam inglês fluentemente e são muito atenciosos e receptivos.


DICA: saindo de Bled, é possível ir facilmente para vários países, com preço acessível e poucas horas de viagem: Croácia, Hungria, Áustria, Alemanha, Polônia, França. Pesquise também, por destinos saindo de Liubliana (capital da Slovênia), fica somente a 1h30 de Bled (em torno de 4 euros a passagem de bus), e oferece várias opções de ônibus e trens internacionais.



Sinto um carinho muito especial por esse lugar. E conheço algumas pessoas que se sentiram tão conectadas quanto eu com esse belissimo lugar. Fugir do clichê, muitas vezes é encontrar no simples a mais rara das senações.


Ficou com dúvidas? Manda uma mensagem no chat.

Tenho um destaque no meu perfil do Instagram sobre essa viagem inesquecível, confere lá!



Nos vemos pelo mundo!

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