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Foto do escritorAline Albuquerque

Pés nos chão. Mar à vista!

Faz mais de um ano que desembarquei de uma das experiências mais transformadoras da minha vida.

E é engraçado ver o quanto o mar ainda está em mim, e o quanto essa parte da minha vida me marcou. Não tenho uma tatuagem de âncora ou de um barquinho no braço. Mas ainda me sinto profundamente e eternamente marcada pela vida a bordo.

Me pego falando dessa experiência, com saudades do mar, das pessoas, dos lugares, ainda que esteja feliz com o lugar onde estou agora.

As pessoas à minha volta ainda me veem transbordar o oceano que mora aqui dentro.

E sempre, sempre mesmo, me perguntam sobre o (a) mar. Sobre aquela vida de balanço contínuo, de longas horas de trabalho, de chamadas de vídeos com a família, de festas à bordo, de caixas e mais caixas carregadas e de incontáveis portos e pessoas, embarques e treinamentos, boas vindas e despedidas.

Aprendi com o mar, a viver à onda da vida.

Aprendi que tudo que lançamos ao vento, volta, seja na leveza de um dia tranquilo ou na fúria de uma ressaca.


Aprendi a viver 'as pessoas' como portos, como chegadas cheias de alegrias e ansiedade para que no dia do desembarque me sinta feliz e grata com os momentos que aquela viagem me proporcionou.

Aprendi, que na vida, assim como no mar, não importa o quão bom nadador você é, se você não respeitar o mar, não aprender a flutuar e manter a calma diante de uma emergência você não será engolido pelo mar, mas sim pelo seu desespero.

Aprendi, que o equilíbrio vai além das nossas pernas, mas acima de tudo da nossa mente, e do que faz o nosso coração balançar aqui dentro.



Quando vivemos a bordo é sempre um alívio a terra à vista, mas nada faz o coração de um tripulante bater tão feliz quanto ter o mar como lar.

É lembrar do cheiro, do barulho, do movimento, dos momentos e sentir que parte de você estará eternamente vivendo numa casa de lata. Flutuando no mar, como uma garrafa lançada por um náufrago com uma mensagem dentro: Saiba que não estou perdido, me encontrei quando me lancei, e mesmo voltando, aqui me deixei.

Pode parecer estranho, me sentir feliz, e ao mesmo tempo saudoso. Me sentir inteira, ainda que mais da metade esteja morando por aí. Nos lugares, nas pessoas, nas vivências, no (a) mar.

Mas é como eu sempre falo, depois que eu fui para o mundo, eu nunca mais voltei para lugar nenhum, estou sempre indo, me (re)encontrando por aí. Quando me perguntam onde eu moro, eu digo: agora aqui. Mas para sempre em mim.

Afinal, descobri que maior do que o oceano que navegamos é a imensidão que mergulhamos eternamente nos sentimentos que habitam dentro de nós.


Nos vemos pelo mundo!


Insta: @caipiraonboard


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